Sempre que passava por Telêmaco Borba, na rodoviária, via aquele mendigo. Certa vez estava esperando o ônibus para São Paulo e lendo um livro, quando me abordou de uma maneira educada. Vi que seus olhos eram azuis. Conversava bem e aparentava ser uma pessoa que partiu para a mendicância devido a alguma desilusão. Pediu-me cinco reais emprestado, puxou a calça e mostrou uma ferida na perna e disse que receberia uma enorme indenização de uma madeireira onde trabalhava e sofreu um acidente.
Resolvi dar-lhe o dinheiro devido ao jeito educado. Ao entregar-lhe a nota, perguntou quando voltaria, respondi que daí uns quinze dias. Então disse que me pagaria nesta data. Falei que não precisava, o dinheiro era uma doação. Segurando a nota, fez um discurso que não aceitaria, pois não pedia esmola, queria só emprestado. Diante daquela cena inusitada, concordei. Voltei mesmo depois de quinze e novamente o mendigo me abordou e veio com a mesma história do empréstimo.
sexta-feira, agosto 25, 2006
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