A palestra do Jaguar, no dia 20 de agosto, na Primavera dos Livros foi sensacional, como já contei em post anterior.
Vou relatar ainda mais algumas coisas que contou. Disse que um dos censores do Pasquim, o General Juarez Pinheiro, pai da Helô Pinheiro. Eles descobriram que o general tinha uma garçoniére, um apartamento usado para encontros, antecessor do motel e, tinham que levar lá as matérias para serem analisadas se poderiam ou não serem publicados. E quando a moça chegava, o general mandava que entrasse e ficasse aguardando e daí em diante a análise das matérias não era minuciosa. E o general Pinheiro foi demitido do emprego de censor, porque certa vez deixou passar uma entrevista com uma antropóloga americana que dizia ser o Brasil o país mais racista que havia conhecido. Depois deste fato, as matérias tinham que ser enviadas para Brasília para serem aprovadas.
Quando chegaram à casa de Jânio Quadros, este disse que ele teria apenas 30 minutos e no final, a entrevista durou mais de duas horas. Jânio ofereceu bebida e Jaguar aceitou, depois almoçaram e ainda acabou deitado no gramado da casa. E já tinham programado em seguida outra entrevista com Adelaide Carraro, autora do livro "Eu e o governador".
Contou que um da turma, Hugo Bidê tinha um rato branco. E este rato ficava com eles em bares da rua dos Jangadeiros. Molhavam pão com genebra de davam para o rato e este tornou-se depois o símbolo do jornal. Ocorreu que certa vez, o rato caiu de um parapeito e machucou-se. Como gostavam muito do rato, o levaram até o Hospital Miguel Couto para ser atendido e com este foi negado, o rato acabou morrendo, depois deles brigarem com os médicos.
Na sua opinião o maior trabalho era o título da capa. E acontecia constantemente de 30 minutos antes de fechar a edição e este ainda não ter sido definido. E no final, Jaguar disse que tudo dava certo. Falou ainda de Basbado, o cachorro que atuou em uma peça com a Leila Diniz. Era um foxy-terrier e só comia filé-mignon. Este cachorro pegava ônibus e atuava com perfeição, um verdadeiro artista e ainda por cima, disciplinado. Quando a Leila Diniz estava na praia e aparecia algum engraçadinho com cantadas, Basbado entrava no mar e chegar perto do galã balançava o corpo e o molhava, provocando risos nos frequentadores.
Finalizou contando sobre a devolução da medalha que recebeu da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Disse que estava em um bar e comentou que se Roberto Jeferson recebesse uma, devolveria a sua. Dias depois, saiu isto publicado na coluna do Anselmo Góis e como aquele fato se confirmou, foi pessoalmente devolver, sendo estampado como manchete no dia seguinte no jornal "O Dia". E ironizando disse que tentou usar a medalha como suporte do copo de chopp, mas nem isto ela servia pois era em alto relevo. Muitos risos e seguido de uma salva de palmas.
E Jaguar merece. Além de um excelente cartunista é um bom contador de histórias.
sexta-feira, agosto 25, 2006
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