sexta-feira, dezembro 01, 2006

Fragmentos

Aos seis anos já sabia escrever meu nome e muitas palavras, naquele tempo, início dos anos 70 isto era precoce, hoje normal para as crianças acostumadas desde o berço a diversas mídias como televisão e internet.

A palavra escrita sempre me fascinava e gostava de ler jornais, quadrinhos e depois aquelas histórias de faroeste em livros de bolso de papel jornal.

Queria ser jornalista, era um sonho e nem mesmo sabia como realizar. Aos treze anos, incentavado por várias professoras comecei a publicar um jornalzinho na escola e rodado em mimeógrafo. Por incrível que pareça chegou a ter quarenta edições. Eu fazia tudo – escrevia as matérias, vazava a matriz e rodar o jornal, vendia o jornal – acumulava todos os cargos.
E nos anos seguintes escreveria muito coisa. Muito se perdeu e as idéias daquela época, tão diferentes das de hoje.

Entrando no mercado de trabalho, aqueles velhos sonhos ficaram para trás. Continuei fã da palavra escrita e passei muitos anos lendo somente jornais e revistas, perdendo inclusive a habilidade de escrever. Meu avô dizia "o que se aprende não se esquece", então devo não ter aprendido a escrever.

Com muitos projetos fracassados e os anos passando, tempos depois voltei a me interessar por livros. Passei a ser um rato de sebo e de maneria desordenada, comecei a ler todo tipo de assunto. Não posso negar que acumulei muitos conhecimentos e às vezes penso, serem inúteis. A vida é assim, vamos fazendo as coisas sem ter sentido. Muitas abandonamos, outros vamos levando aos trancos e barrancos.

E a vida é como este texto – começou uma coisa e no fim saiu outra.

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